O que são covenants em operações de crédito imobiliário?

Entenda o que são os covenants e saiba como eles influenciam os termos de financiamento do seu projeto imobiliário.

Se você é um incorporador buscando financiamento para seu empreendimento, já deve ter se deparado com o termo “covenants” ao negociar com investidores ou instituições financeiras. Mas afinal, o que isso significa e como pode impactar o sucesso do seu projeto?

Entendendo os covenants

Covenants são cláusulas contratuais presentes em contratos de crédito que determinam regras e condições que o incorporador deve seguir durante a vigência do financiamento. Elas têm como objetivo mitigar riscos para os credores, garantindo que o empreendimento mantenha um desempenho mínimo aceitável ao longo do tempo.

Essas cláusulas são bastante comuns em operações estruturadas via mercado de capitais, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) ou outras modalidades de funding.

Entender os covenants do contrato de financiamento é fundamental para evitar surpresas que possam comprometer seu empreendimento.

Tipos de covenants mais comuns

No contexto de crédito para incorporação imobiliária, os covenants costumam incluir:

• Percentual mínimo de vendas: Exige que uma determinada porcentagem das unidades do empreendimento seja vendida em um prazo específico.
• Performance financeira mínima: Indicadores como o VGV vendido ou a relação dívida/receita precisam ser mantidos dentro de certos parâmetros.
• Obrigações de reporte: Periodicamente, o incorporador deve enviar informações financeiras e de andamento da obra ao agente fiduciário ou ao investidor.

Veja também | Financiamento à construção: como reduzir custos além da taxa de juros

O papel do agente fiduciário

Uma figura central nesse processo é o agente fiduciário. Ele atua como representante dos investidores, fiscalizando o cumprimento dos covenants e garantindo que os recursos estejam sendo utilizados de acordo com as regras da operação.

Em caso de descumprimento, o agente pode acionar mecanismos previstos no contrato, como acelerar a dívida ou exigir garantias adicionais.

Por que isso é importante para o incorporador?

Para o pequeno e médio incorporador, entender e negociar bem os covenants é fundamental para evitar surpresas que possam comprometer o andamento da obra ou gerar conflitos com investidores.

Covenants muito rígidos ou mal dimensionados em relação à realidade do projeto podem limitar sua flexibilidade e, em casos extremos, inviabilizar o empreendimento.

Dicas para lidar com os covenants

1. Conheça bem o fluxo de caixa do projeto.
2. Negocie covenants que reflitam a realidade do seu cronograma de vendas e construção.
3. Conte com suporte especializado na estruturação da operação.
4. Mantenha comunicação clara e frequente com o agente fiduciário.

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Definindo as regras do jogo

Os covenants em crédito imobiliário não são vilões. Eles definem as “regras do jogo” e, quando bem elaborados, são instrumentos que trazem segurança para todos os envolvidos. O segredo está em compreender essas cláusulas, planejar-se adequadamente e contar com o suporte certo para estruturar sua operação.

Se você quer financiar seu empreendimento, entender os covenants é um passo essencial para garantir não apenas a liberação dos recursos, mas a viabilidade de todo o projeto.