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Políticas de crédito: como preparar seu empreendimento para acessar fundos

Políticas de crédito: como preparar seu empreendimento para acessar fundos

A busca por financiamento para empreendimentos imobiliários pode ser um processo desafiador, especialmente para incorporadores de pequeno e médio porte. Grande parte desse desafio vem da complexidade das políticas de crédito adotadas pelos fundos de investimento. Para acessar esse tipo de financiamento, é essencial que os incorporadores entendam o que os credores esperam dos projetos e como preparar suas propostas de forma adequada. Neste post, abordaremos alguns dos principais aspectos que os incorporadores precisam considerar ao buscar crédito em fundos de investimento, e como ajustar seu empreendimento para atender às exigências desses investidores.

1. Entenda os riscos percebidos pelos fundos

Um dos primeiros pontos que um incorporador deve considerar é o tipo de risco que os fundos avaliam em um projeto. Os fundos estão preocupados principalmente com três tipos de risco:

  • Risco de entrega (Completion Risk): a principal preocupação aqui é se o empreendimento será concluído dentro do prazo e conforme o planejado. Os credores querem a garantia de que o incorporador tem capacidade financeira e operacional para entregar a obra.
  • Risco de performance: esse risco está relacionado à viabilidade comercial do projeto. Os fundos se perguntam: “Haverá demanda suficiente para este empreendimento? O incorporador tem experiência na região para prever com precisão essa demanda?”
  • Risco de fraude: o fundo também avalia a transparência e a veracidade das informações fornecidas pelo incorporador. Orçamentos fraudados e práticas contábeis irregulares podem rapidamente desqualificar um projeto.

2. Estruture o projeto para reduzir o risco de entrega

Uma das maneiras mais eficazes de garantir que seu empreendimento seja considerado pelos fundos é reduzir o risco de entrega. Isso envolve ter um planejamento detalhado e realista, que inclua previsões precisas de orçamento, cronograma e margens de segurança para imprevistos. Use a tecnologia a seu favor: plataformas como a da Makasí, que permitem o controle preciso da obra por meio de medições e auditorias digitais, podem aumentar a confiança dos credores. Essas ferramentas são particularmente úteis para mostrar a evolução da obra em tempo real, oferecendo mais segurança ao credor.

Além disso, é importante lembrar que fundos preferem financiar empreendimentos que já tenham tração – ou seja, que já tenham um certo volume de pré-vendas ou clientes interessados. Isso demonstra que o projeto tem viabilidade comercial e, portanto, menor risco de inadimplência.

3. A importância de conhecer o mercado

Outro aspecto essencial é entender o mercado em que você está atuando. Incorporadores que não conhecem bem a demanda local ou que não têm experiência no tipo de empreendimento que estão propondo podem encontrar maior resistência dos fundos. Um fundo de investimento não vai confiar apenas na palavra do incorporador de que “há demanda” para determinado tipo de produto. Portanto, é crucial que o incorporador tenha dados de mercado confiáveis e, se possível, estudos de viabilidade que comprovem a demanda.

Além disso, o tamanho do empreendimento e sua localização podem influenciar a decisão do fundo. Incorporadores que trabalham em regiões menos conhecidas ou com menos infraestrutura podem enfrentar um maior escrutínio, pois os fundos terão dúvidas sobre a capacidade da obra de atrair compradores ou locatários.

4. Escolha o fundo de investimento certo

Muitas vezes, incorporadores batem na porta errada ao buscar financiamento. Cada fundo de investimento tem suas próprias políticas de crédito e foco de atuação. Alguns fundos se concentram em grandes empreendimentos em áreas urbanas, enquanto outros estão mais dispostos a financiar projetos de médio porte em cidades menores.

Portanto, é essencial fazer uma pesquisa aprofundada sobre os fundos antes de apresentar seu projeto. Isso pode economizar tempo e frustração, evitando uma série de “nãos” simplesmente porque você não estava falando com o investidor certo. Fundos com maior apetite para financiar projetos menores e com estruturas mais flexíveis geralmente são os mais adequados para incorporadores iniciantes ou que atuam em mercados menores.

5. Métricas-chave: margem operacional, LTC e LTV

Os fundos de investimento costumam usar métricas financeiras específicas para avaliar o risco de um projeto. Duas das mais importantes são o LTC (Loan-to-Cost) e o LTV (Loan-to-Value).

  • LTC: Mede a proporção entre o valor do empréstimo e o custo total do projeto. Um LTC de 50%, por exemplo, significa que o fundo está disposto a financiar até 50% do custo da construção. Fundos conservadores tendem a operar com LTCs menores, especialmente em projetos de maior risco.
  • LTV: Avalia o valor do empréstimo em relação ao valor de mercado do empreendimento. Geralmente, os fundos limitam o LTV em cerca de 50%, pois, em caso de liquidação do ativo em um leilão, o valor obtido muitas vezes não chega a mais de 50% do preço de mercado.

Além dessas métricas, a margem operacional do empreendimento é um indicador crítico. Para ser financeiramente viável, o projeto precisa ter uma margem operacional sólida, normalmente acima de 25%. Se o projeto tiver uma margem muito baixa, ele pode ser inviável após a inclusão dos custos de financiamento. Por outro lado, margens operacionais altas demais (acima de 50%) podem levantar suspeitas, fazendo com que o fundo questione a precisão do orçamento ou a credibilidade do incorporador.

6. Garanta a transparência nas informações

A transparência é um fator decisivo na aprovação de crédito. Fundos de investimento precisam confiar que os dados apresentados pelo incorporador – tanto financeiros quanto operacionais – são precisos e confiáveis. Orçamentos superestimados ou informações inconsistentes podem rapidamente desqualificar um projeto. Da mesma forma, práticas contábeis irregulares ou pouco claras podem levantar bandeiras vermelhas para os fundos.

Além disso, o fundo pode exigir garantias pessoais dos sócios do empreendimento, especialmente em projetos menores ou com maior risco. Incorporadoras maiores podem ter estruturas de garantias corporativas robustas, mas para incorporadores de pequeno porte, a garantia pessoal pode ser uma condição necessária para o acesso ao crédito.

Conclusão

A preparação para acessar as políticas de crédito dos fundos de investimento exige uma combinação de planejamento, conhecimento de mercado e transparência. Incorporadores que dominam esses aspectos e ajustam suas propostas para reduzir os riscos percebidos pelos fundos têm uma chance significativamente maior de obter o financiamento necessário para seus empreendimentos. Ao utilizar tecnologias modernas para gerenciar obras, demonstrar viabilidade comercial e escolher o fundo certo, você estará mais bem posicionado para acessar os recursos e concluir seu projeto com sucesso.

 

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