Portabilidade de financiamento imobiliário: como pagar menos juros na sua casa

Eduan Guérios
Eduan Guérios Sócio e Diretor de Growth da Makasí

Descubra como a portabilidade de financiamento imobiliário pode reduzir os juros da sua casa própria e entenda quando vale a pena trocar de banco.

Portabilidade de financiamento imobiliário: como pagar menos juros na sua casa

Há algum tempo, uma notícia do Valor Investe me chamou atenção. Pensei imediatamente nas conversas que tenho com quem já financiou a própria casa ou está pagando por uma construção. O tema da portabilidade de financiamento imobiliário aparece com frequência, e muita gente ainda não entende o potencial que essa ferramenta tem para reduzir juros e aliviar o bolso.

Por isso, resolvi aprofundar o assunto e explicar quando a portabilidade faz sentido, quais armadilhas evitar e como ela pode realmente diminuir os custos da sua obra.

Você também pode ver esse conteúdo em formato de vídeo aqui embaixo:

“Eu já tenho um financiamento. E agora?”

Essa é uma dúvida que muita gente tem: o que fazer quando já existe um financiamento rodando? 

É comum que, com o passar do tempo, os juros mudem e outras instituições passem a oferecer condições melhores. E é justamente nesse momento que entra a portabilidade de financiamento imobiliário, uma alternativa para quem quer reduzir custos sem precisar contratar um novo crédito do zero.

A portabilidade permite transferir sua dívida de um banco para outro, aproveitando taxas mais vantajosas. É o mesmo imóvel, o mesmo saldo devedor, o mesmo prazo, mas agora com condições possivelmente melhores.

Tudo isso sem pagar IOF e mantendo o prazo original do financiamento.

O que é e como funciona a portabilidade de financiamento

Quando você faz um financiamento, o banco “toma” o imóvel como garantia. Isso é registrado na matrícula, por meio da chamada alienação fiduciária.

Ao solicitar a portabilidade, o novo banco quita sua dívida antiga e assume o crédito. Você deixa de dever para o banco A e passa a dever para o banco B. Na prática, o processo é todo digital, e hoje diversos bancos já oferecem portabilidade online. 

Mas atenção: a portabilidade só é possível para contratos que permitem esse tipo de migração. Por isso, é essencial verificar se sua célula de crédito tem essa previsão antes de assinar o financiamento.

Quando vale a pena fazer a portabilidade

Nem sempre trocar de banco é sinônimo de economia. A decisão precisa considerar taxas, correções, custos e o momento do mercado.

Veja dois cenários que ajudam a entender melhor:

Cenário 1 — Quando não compensa

Imagine que você financiou um imóvel de R$ 850 mil com juros de 12% + TR. Daqui a três anos, a taxa média do mercado cai para 10%. Parece vantajoso, certo? Mas nesse mesmo período, o imóvel valoriza cerca de 15%.

Ou seja, quem decide adiar a compra esperando juros menores pode acabar pagando mais caro no imóvel. Nesse caso, vale mais a pena comprar agora e, se fizer sentido, pensar na portabilidade lá na frente.

Cenário 2 — Quando compensa (e muito)

Agora, imagine outro cenário: você financiou com 12% + IPCA, e surge a chance de migrar para 10% + TR. O IPCA, que mede a inflação, é mais volátil e pode aumentar as parcelas com o tempo. Já a TR (Taxa Referencial) é praticamente zero.

Nesse caso, a portabilidade pode reduzir bastante o valor da parcela e trazer segurança no longo prazo.

Veja também | Financiamento para construção com Selic alta: vale a pena ou é melhor esperar?

O que é preciso para solicitar a portabilidade

O processo é simples e rápido. Você vai precisar de:

  • Contrato do financiamento atual
  • Saldo devedor atualizado
  • Certidão da matrícula do imóvel
  • Documentos pessoais e de renda
  • Aprovação de crédito no novo banco

Grande parte das instituições faz isso sem necessidade de ir ao cartório, tudo de forma digital. Mas é importante saber que a portabilidade não é automática: o novo banco precisa aprovar seu crédito novamente.

Cuidados essenciais antes de mudar de banco

Antes de fazer a portabilidade, analise com atenção:

  1. Taxa de juros e índice de correção: veja se realmente compensa trocar IPCA por TR ou vice-versa.
  2. CET (Custo Efetivo Total): esse é o número que mostra o custo real do financiamento, considerando seguros e taxas.
  3. Custos cartorários: podem variar entre R$ 1.500 e R$ 7.000, dependendo do valor do imóvel.
  4. Ofertas “condicionadas”: cuidado com bancos que exigem contratar cartão, conta corrente ou seguros para liberar o crédito.
  5. Carência mínima: alguns contratos exigem um prazo de 2 a 3 anos antes da primeira portabilidade.

E mais um alerta: nem toda operação de crédito com imóvel como garantia permite portabilidade. Há modalidades que parecem mais simples, mas são travadas e o cliente só descobre isso quando tenta migrar.

Como a Makasí entra nessa história

Na Makasí, trabalhamos todos os dias com financiamento à construção, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. Ajudamos o cliente a planejar, financiar e concluir a obra com agilidade e transparência.

E quando a casa fica pronta, muitos dos nossos clientes fazem a portabilidade para um grande banco, aproveitando taxas menores. 

E tudo bem, nós incentivamos isso.

Sempre digo: “Use a Makasí como um trampolim. A gente te apoia durante a obra, e depois te ajuda a alcançar o melhor custo possível no mercado.”

É assim que o financiamento faz sentido: planejado, inteligente e adaptável ao seu momento de vida.

Portabilidade é estratégia, não sorte

A portabilidade de financiamento imobiliário é uma estratégia financeira poderosa para reduzir juros e equilibrar o orçamento familiar. Mas é preciso fazer isso com base em dados e planejamento, não por impulso.

Antes de migrar seu financiamento, simule, compare e entenda todos os custos. Colocar todas as variáveis no papel é o primeiro passo para conquistar (e manter) a casa dos seus sonhos pagando menos.

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