Novo modelo de crédito imobiliário: como ele pode impulsionar o mercado

Ruy Chaves
Ruy Chaves Sócio e Diretor de Crédito da Makasí

Entenda como o novo modelo de crédito imobiliário pode dobrar a oferta de financiamento no Brasil, reduzir juros e abrir espaço para pequenos e médios incorporadores.

Novo modelo de crédito imobiliário: como ele pode impulsionar o mercado

Nas últimas semanas, uma notícia ganhou destaque no mercado: o governo federal está preparando uma mudança nas regras do crédito imobiliário, flexibilizando o uso dos recursos da poupança. Esse é um tema que impacta diretamente incorporadores, construtores e compradores. Por isso, decidi compartilhar aqui uma breve visão sobre essa mudança.

Esse é um resumo do que vem por aí no crédito imobiliário. Se você quiser aprofundar, convido a assistir ao meu comentário completo em vídeo:

O cenário atual do crédito imobiliário

O crédito imobiliário brasileiro enfrenta alguns desafios já conhecidos: a taxa básica de juros está elevada, a inflação pressiona os custos das obras e os insumos ficam mais caros. Além disso, a poupança, que historicamente é um dos principais instrumentos de funding do crédito imobiliário, vem perdendo força.

Os bancos precisam seguir regras rígidas para usar o dinheiro da poupança, o que limita ainda mais a oferta de crédito. Na prática, isso significa menos recursos disponíveis, juros mais altos e muitas famílias ficando de fora do sonho da casa própria.

E do lado da produção, 80% dos incorporadores brasileiros nunca acessaram financiamento bancário tradicional. A maioria depende de capital próprio ou de investidores. Isso cria uma barreira enorme para quem deseja crescer no setor.

O que muda com o novo modelo

Atualmente, os bancos precisam direcionar pelo menos 65% dos recursos da poupança para o crédito imobiliário, além de manter 20% desses valores depositados compulsoriamente no Banco Central. Com o novo modelo, essa vinculação direta deixará de existir.

Adicionalmente, poderão utilizar este recurso para investimentos mais rentáveis, desde que comprovem a concessão de crédito imobiliário em valor correspondente. A ideia é que os lucros dos bancos, obtidos com a liberdade de aplicar os recursos da poupança em investimentos mais rentáveis, sejam usados para compensar a diferença de custos e manter juros mais baixos nos financiamentos habitacionais, mesmo com a mudança para LCIs, por exemplo.

E quais as vantagens destas mudanças?

  • Maior liquidez: fomenta o mercado secundário.  Incentiva a captação no mercado de capitais, por meio de securitização e antecipação de contratos, destravando um funding muito maior do que o atual.
  • Oferta ampliada: estima-se que o volume de crédito imobiliário possa dobrar em 10 anos.
  • Juros mais baixos: com o subsídio do uso do lucro dos investimentos alternativos somado ao aumento da oferta, a tendência é de taxas acessíveis a mais famílias, além de produtos alternativos.
  • Incentivo à produção: com maior demanda por produtos imobiliários, incorporadores localizados fora dos grandes centros urbanos, assim como pequenos construtores, terão mais chances de tirar seus projetos do papel.

Veja o material de apoio deste conteúdo: 

O que isso representa para incorporadores e construtores

Na minha leitura, a principal mensagem subliminar dessa mudança é clara: o Brasil está caminhando para um modelo mais próximo do que já acontece em economias maduras, como a dos Estados Unidos.

Isso significa que veremos cada vez mais termos como securitização, CRI, LCI e fundos de investimento em nossa realidade. Para o incorporador, será essencial estar preparado para lidar com crédito estruturado, entender as exigências do mercado de capitais e apresentar projetos bem organizados e viáveis.

Na prática, quem tiver um bom projeto, bem desenhado e com demanda real, terá muito mais facilidade para conseguir crédito. E isso abre espaço para pequenos e médios incorporadores que antes ficavam de fora do sistema bancário tradicional.

Aqui na Makasí, trabalhamos com operações estruturadas por meio de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), que permitem financiar tanto pessoas físicas quanto incorporadores com menos burocracia. Isso significa mais flexibilidade, mais segurança e a possibilidade de captar recursos em condições competitivas.

Se você é incorporador e deseja avaliar como esse modelo pode funcionar para o seu projeto, faça uma simulação gratuita de financiamento:

Um futuro mais promissor para o setor

O setor imobiliário brasileiro tem um enorme déficit habitacional e uma demanda constante por novas moradias. Destravar o acesso ao crédito significa não apenas viabilizar mais projetos, mas também gerar empregos, movimentar a economia e aproximar milhares de famílias do sonho da casa própria.

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